Fotos: Maurício Pokemon

Em 1968, fui procurado pelos padres redentoristas irlandeses da Igreja São José Operário, que me solicitaram um projeto para a Igreja da nova paróquia a ser criada no bairro Primavera.

Logo passei a imaginar uma composição que fugisse das formas tradicionais – naves oblongas, ábside, etc – partindo para uma forma em planta que aproximasse mais os fieis do altar-mor e do celebrante para melhor participação de todos nas celebrações. Tive a ideia de associar a nova concepção à representação simbólica da Santíssima Trindade, para tanto arquitetando uma forma composta basicamente de triângulos.

 

A volumetria resultante – a arquitetura em si – foi concebida como uma construção votiva que lembrasse algum elemento ligado à religião e sua história – um chapéu de irmã de caridade e/ou uma tenda como as que os antigos construíam para seus profetas em peregrinação. (Curiosamente, na comunidade local, ocorreram também associações como “homenagem a um missionário estrangeiro falecido em acidente aéreo” naquela região, ou “ideia trazida da Europa por religiosas” e outras bizarrices).

O projeto foi aprovado pelo senhor arcebispo Dom Avelar Brandão Vilela, a quem sugeri a denominação “Santíssima Trindade”, para a nova igreja/paróquia, o que foi plenamente aceito por S. Revdma, confirmação que muito me honrou.

A estrutura da Igreja da Santíssima Trindade foi trazida da Bahia, pois aqui ainda não se construía com estrutura metálica.

Vale ressaltar nossa gratificante experiência em tal trabalho, quando tive que resolver também pequenos problemas de construção, na ausência da construtora contratada para a execução da obra.

(Publicado na Revestrés#31, Junho/Julho de 2017)