[Foto: Maurício Pokemon]

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Maria Nerina Pessoa Castelo Branco ingressou muito jovem na Academia Piauiense de Letras. Ocupou a Cadeira nº 35, das dez criadas por A. Tito Filho, escolhendo ela própria como patrono Antônio Alves de Noronha.

Poetisa sensível, cantou a si própria: “Não quis em nenhum/Instante pensar/ Que pegaria as estrelas…” E completou: “Em nenhum instante/Quis o infinito/Ou completei os desejos/Incontidos do meu eu!//Fiquei a espreitar o momento/Como quem busca e deseja/Que a quimera/Seja longa e feliz/No tempo/E na lonjura/As esperanças…”

Hoje, é a decana da Academia, não por ser a mais velha, mas por primeira ser a empossada dos atuais membros, ainda em 19 de dezembro de 1966.

Mais ainda, formada em direito e em filosofia, tornou-se professora emérita da Universidade Federal do Piauí. E, mais, atuou na imprensa e escreveu poemas, contos e crônicas…

Estamos ligados desde sempre, pois como ela própria disse, por ser vizinha de meus pais, foi a primeira mulher que me viu nu, fora da família, logo que nasci.

É muita intimidade e eu guardo com carinho a amizade de Nerina – mulher plural, ser do infinito, ferina e carinhosa ao mesmo tempo. Nerina, única.

* Nerina Castelo Branco é escritora

** Nelson Nery Costa é presidente da APL

(Publicado na Revestrés#28 – Dezembro 2016/Janeiro 2017)