[Foto: Maurício Pokemon]

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Trabalho com o irmão, o Vilarinho que não sabe a origem do apelido. Buim. Severino filho do magistrado Juiz Togado Severino que foi quem me casou em Esperantina com a Virgínia, mãe do Mauro. Vamos ao Buim: A gente pensa que é novo mas no começo deste mês completou meio século.Um maníaco pelo futebol.Sabe tudo e não é prosa. Não foba.De uma modéstia franciscana. Guardador de relíquias, tem seu museu particular sobre o futebol. Onde a bola rola. Da Barra das Pombas á Itália. Futebol, sua religião. Tentar pratica-la até que  tentou mas via duas bolas ou não via nenhuma, fruto da acentuada miopia, uma das razões de sua pouca intimidade com a gorduchinha. Fazia faltas não por brutalidade mas porque não via o adversário. Nem a bola. Já que não sabe fazer, melhor escrever. Escrever sobre o que gosta. O futebol do Piauí. E para conhecer foi fundo. Conhecer os clubes nas suas sedes e campos. Seus atletas, seus árbitros, seus cartolas, os árbitros, massagistas, gandulas, cronistas, torcedores o mundo e o submundo do jogo de bola. Hoje sabe tudo de bola, menos jogar com ela. Também assim era querer demais. Jornalista cuidadoso com seus textos, radialista criterioso com o que diz, Buim é tão gente boa que ninguém é “mal” com ele. Fala com todo mundo. Até com surdos e mudos. Como não existe ninguém perfeito e não se pode tirar nota dez em todas as matérias, tem um quesito em que sou franco a dizer, não vou mentir prá ficar preto. O Buim é ruim de bola. Além de míope, canela de pau mesmo. E ainda tem a ousadia de ter botado na orelha do meu livro  “Peladas & Peladeiros” “ Garrincha só não conta o dia em que fiz o maior gol da história da Dutraville e perdi a medalha para o seu Dutra, o dono. O Zé Botão sabe disso. O Orlando, o Julinho, também. Numa inesquecível tarde de sábado de 2003, fiz um gol  do meio do campo. Na Resenha do Bar do Edmar, não se comentou outra coisa…. Fiquei aguardando a festa do final de ano quando os melhores  são distinguidos com medalhas e aplausos… Tinha certeza de que o gol mais  bonito seria o meu. … Chegada a festa: “Agora a medalha para o gol mais bonito do ano… Em meio da expectativa dei um passo á frente. Foi quando Zé Botão anunciou: “- É para o seu Dutra, a medalha do gol mais bonito do ano, que ele marcou ao reconstruir a Casa dos Criadores, que havia sido destruída pelo fogo.”

(Publicado na Revestrés#07 – Junho/Julho 2013)