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1. Um artista plástico piauiense:

Fernando Costa. Ele tem uma obra assustadora e mostra o apocalipse da degradação humana e a expressão do desespero. Eu vejo uma aproximação muito grande com a semântica torquatiana. Não há esperança. Isso é assustador! 

2. Uma exposição:

Arthur Bispo do Rosário (artista plástico brasileiro), sempre lembro também de Van Gogh (pintor holandês) e outros que passaram despercebidos porque eram “doidim”, eu penso. 

3.Um quadrinista

Moebius (quadrinista francês), e as obras dele: A Garagem Hermética, o Major e os 32 Geradores de Expansão. 

4. Uma cor:

Amarelo, como o extremo do caleidoscópio e o antagônico da escuridão, muito embora, para além dela, habitam muito mais cores que não nos damos conta. 

5. Em que lugar você tem vontade de expor seu trabalho?

Numa casa de idosos ou de pessoas especiais.

6. Um lugar: 

O que estou, quando não estou no galho da goiabeira. 

7. Uma lembrança:

O açude de Campo Maior que ficava no final da minha casa. Eu fugia pelos fundos do quintal, atravessava uma vereda e logo adiante era o açude. 

8. Uma companhia:

Salânia, minha esposa. Tenho mais tempo com ela do que comigo mesmo. 

9. Inspiração:

Algo que ainda não fiz, e um dispositivo qualquer que me tire da inércia. 

10. Arte para quê?

Para nada e para tudo. A revolução estética é a mais transformadora de todas… Não muda nada e muda tudo, é ela que remove o ponto-inerte, o ponto de observação, viciado. 

Antônio Amaral é artista plástico, designer, gráfico e quadrinhista. Publicou “Hipocampo”, álbum de HQ premiado no HQ Mix 2000; “Ciranda Desafinada”, com Cineas Santos, e “Nos Confins da Missão”, com Acilino Madeira. Foi editor e responsável pelo projeto gráfico da Revista Pulsar.

(Publicado na Revestrés#31 – Junho/Julho 2017)

Foto: Maurício Pokemon